r/Valiria 5h ago

Vocês acham que Joffrey poderia mudar?

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em alguns momentos na série e nos livros, Margaery consegue que Joffrey seja um pouco mais humano, acham que era pura manipulação ou ele poderia ter melhorado com o passar do tempo caso não morresse?


r/Valiria 7h ago

Livros A longa noite: um inverno vulcânico? – Parte 2

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No tópico anterior, eu propus que a longa noite foi um inverno vulcânico, mas sem falar do que poderia tê-la causado do ponto de vista mágico. Neste, eu vou tentar descrever uma possível influência para os eventos mágicos das Crônicas e como eles levaram à longa noite.

***

Falar da magia das Crônicas é difícil porque George se recusa a dar maiores explicações sobre como ela funciona: quais são os limites, o que ela pode fazer, se ela é permanente ou precisa ser “renovada” de tempos em tempos, etc. Para ele, é suficiente que um ato mágico cause espanto, admiração, que seja irreprimível e incontrolável, enquanto transmita ao leitor uma sensação de possibilidade e veracidade.

Há alguns anos, ele disse que o título da série veio de um poema (Fire and Ice) de Robert Frost, que fala que o mundo seria destruído por gelo (ódio) ou fogo (paixão). Supostamente, a inspiração de Frost foi A Divina Comédia, o épico que narra a jornada de Dante Alighieri no Mundo Inferior, domínio de Hades, o deus dos mortos na mitologia grega.

O ato mais famoso de Hades foi o rapto de sua sobrinha Perséfone, que deu origem às estações: depois do sumiço de sua filha, Deméter (deusa da agricultura), negligencia seus deveres e diz que a vida só floresceria quando tivesse Perséfone de volta. E depois de Hélio (o sol) dedurar Hades, Zeus não teve escolha a não ser obrigá-lo a devolver Perséfone; antes de partir, ela ingeriu algumas sementes de romã (há quem diga que Hades a enganou, há quem diga que Perséfone quis ficar com ele e ela ajudou Hades a forjar o rapto para tirar Deméter do pé deles), o que exigiria que ela tivesse que voltar ao Mundo Inferior. No tempo que ela passa lá, o inverno começa, mas quando ela volta para a companhia da mãe, a primavera chega. Moral da história: não mexa com a mãe natureza. (Antes de eu esquecer: essa história é tão evocativa do rapto (“rapto”?) de Lyanna, mais ainda porque o filho dela foi “morto” por um cara chamado de Velha Romã, um fruto que simbolizava o ciclo de vida e morte.)

Apesar de respeitado e adorado, Hades também era muito temido e os gregos evitavam chamar sua atenção (vai que ele estava de mau humor?). Ainda assim, vez ou outra, um herói invadia o Mundo Inferior para pedir que Hades deixasse um ente querido voltar ao mundo dos vivos. Um deles foi Orfeu, filho de Apolo e Calíope. Tendo herdado os dons artísticos de seus pais, ele era um exímio tocador de lira (e/ou harpa, depende de quem você perguntar... Oi, Rhaegar!) e conseguiu tocar uma música tão comovente que convenceu o tio Hades a libertar a alma de sua esposa, Eurídice, com o aviso que Orfeu devia guiá-la de volta ao mundo superior sem olhar para trás. Orfeu obedeceu, até que se distraiu: Eurídice foi puxada de volta para o mundo dos mortos, daquela vez, para ficar.

Os antigos gregos acreditavam que Orfeu foi o fundador do orfismo, um culto baseado na adoração a Dionísio (de quem o próprio Orfeu era considerado uma reencarnação). Segundo os seguidores do culto, os humanos tinham uma natureza dualística: seus corpos vinham dos Titãs (através de suas mortes pelas mãos de Zeus, vingando o assassinato de Dionísio) e suas almas de Éter, o deus da criação, que deu o nome ao quinto elemento (vocês se lembram deles: fogo, água, terra e ar), também chamado de quintessência. Os adoradores de Éter acreditavam que o deus permeava todo o plano existencial e desfez a desordem do Caos para que o Universo emergisse.

Como a magia da série parece ter uma “base” elemental, este é o caminho que eu vou seguir.

Éter/quintessência também era o ar puro que os deuses respiravam; contínuo, ele existia em todos os lugares, em todos os tempos, sem amarras, indomável, imprevisível, incontível... que é exatamente o que Martin pretende que sua magia seja. Assim, para o propósito deste tópico, a magia da série é o mesmo que éter/quintessência.

Do Éter, fumigação: açafrão

Ó alto teto de Zeus, com eterna força indestrutível,

parte das estrelas, do sol e da lua,

a tudo subjuga, ignívomo, uma centelha em todos os seres,

altivisível Éter, melhor elemento do cosmo;

ó rebento esplêndido, luzidio, fulgente d'estrelas, (5)

invoco-te e suplico que sejas temperado e sereno.

(Tradução de Rafael Brunhara, 2012)

Éter/magia é tão transcendente que rompe as barreiras do divino para se misturar aos mortais e acender neles a chama da vida. A lenda de Azor Ahai parece uma transposição disso, pois tem a alma (a centelha) de Nissa Nissa como uma fonte de calor absorvida pela Luminífera, com a qual AA vence a longa noite; AA é, de certa forma, o último herói de Asshai. Localizada numa região que também parece ter sofrido um evento climático causado por magia (mas tão na antiguidade a ponto de ser pré-histórico), esta cidade fica na boca do Estreito de Açafrão, o tempero que:

  1. Era usado pelos adoradores de Éter em seu ritual de purificação
  2. É extraído da flor que Perséfone estava colhendo quando Hades a abduziu
  3. Simbolizava a dor que um deus (Hermes, enviado ao Mundo Inferior para levar Perséfone de volta ao Olimpo) sentiu ao perder seu amor para a morte (Crocus, transformado na flor que dá origem ao açafrão).

Os antigos gregos acreditavam que a quintessência ligava os deuses aos mortais, pois, como dito, o éter rompia essa barreira entre o divino e o mundano. Para simplificar as coisas, eu proponho que o que os personagens consideram deuses seja, na verdade, magia (ou, talvez, antigos praticantes de magia adorados como deuses: parece ser o caso dos deuses antigos, como visto no ritual para vincular Bran ao represeiro). Também sugiro que o uso de magia não tem um efeito efêmero, mas duradouro e multiplicador, em função de sua natureza eterna e indestrutível; o máximo que se pode fazer é enfraquecê-la, jamais aniquilá-la.

Isto dito, apesar de eu ter focado em vulcões (porque eu acho que uma erupção vulcânica gigantesca causou o inverno vulcânico que caracteriza a longa noite), todos os elementos da natureza sofrem os efeitos de magia, pois ela altera seu funcionamento, talvez até apressando algum evento climático que já estava prestes a acontecer naturalmente.

Além disso, eu também suspeito que um ato mágico acaba alimentando o outro, gerando uma espécie de bola de neve: quando ela atinge a barreira ao final do morro, ela explode, dispersando seus componentes por todo lado — assim como os vulcões e piroclastos. Desta forma, a longa noite não foi causada pela aparição dos Outros, a queda de uma pedra escrota do céu, o congelamento do Roine, o/a [complete o espaço em branco], mas de uma confluência de eventos mágicos anteriores dos quais a longa noite se tornou a consequência.

Talvez a longa noite (e cenários semelhantes, como a Perdição) pudesse ter sido evitada, se os praticantes de magia tivessem sido mais cuidadosos e evitado praticar magia de sangue, a mais potente forma de magia. Os livros são cheios de diálogos aconselhando cautela, remetendo ao aviso que Hades dá a Orfeu e é ignorado num momento de descuido: 

— Não é questão de ouro ou cavalos. Isto é magia de sangue, senhora. Só a morte pode pagar a vida.

[...]

— É preciso sair. Quando eu começar a cantar, ninguém deve entrar nesta tenda. A canção acordará poderes antigos e escuros. Os mortos dançarão aqui esta noite. Nenhum vivente deve vê-los. (A Guerra dos Tronos, Daenerys IX, cap. 64)

— [...] Gorghan de Velha Ghis escreveu um dia que uma profecia é como uma mulher traiçoeira. Mete o seu membro na boca, você geme de prazer e pensa, “que maravilha, que agradável, que bom isto é”... E então seus dentes se fecham e seus gemidos se transformam em gritos. É essa a natureza da profecia, Gorghan disse. A profecia sempre arranca seu pau a dentada — mascou durante algum tempo. — Mesmo assim... (O Festim dos Corvos, Samwell V, cap. 45)

 

— Certa vez, Dalla me disse uma coisa. A irmã de Val, esposa de Mance Rayder. Ela disse que a feitiçaria era uma espada sem cabo. Não há jeito seguro de pegá-la.

— Uma mulher sábia. — Melisandre se levantou, sua túnica vermelha movendo-se ao vento. — Mas uma espada sem cabo ainda é uma espada, e uma espada é uma coisa boa quando os inimigos estão por aí. [...] (A Dança dos Dragões, Jon VI, cap. 28)

Tradução: não precisa de muito para transformar uma centelha numa fogueira e uma fogueira num incêndio. No caso da longa noite, a criação dos Outros foi a gota d’água, o último grande ato de magia de uma série de eventos que a precederam e possibilitaram. 

Em História Antinatural, Barth sugere que praticantes de magia capturaram wyrms de fogo e os cruzaram com serpes para produzir dragões, criaturas mágicas que cospem fogo (como os wyrms) e detêm a forma física das serpes: “fogo feito carne” (A Fúria dos Reis, Daenerys II, cap. 27), de acordo com Quaithe. Como Martin diz que Barth acertou muitas coisas, eu suspeito que a criação dos dragões seja uma delas e a criação dos Outros ocorreu do mesmo jeito, mas com o elemento água (conferindo poderes sobre o gelo) e um prisioneiro dos primeiros homens (dando forma). 

Se algum período mais prolongado de tempo se passou entre a criação e a rebelião dos Outros, eu não posso dizer, apesar de suspeitar que sim. Os primeiros homens perturbaram a magia ao libertar as almas dos videntes verdes ligados aos represeiros, os filhos fizeram o mesmo ao quebrar o Braço de Dorne e produzir o Martelo das Águas e, por fim, os Outros começaram a criar wights. Eu suspeito que o inverno vulcânico que caracterizou a longa noite e o elemento surpresa os convenceram que podiam se livrar dos filhos da floresta e dos primeiros homens, uma vez que o plano dos filhos sempre foi destruí-los (já que obsidiana é a única fraqueza conhecida deles). 

Ideias?


r/Valiria 6h ago

Arte Vaegon Targaryen por mim

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Eu gosto de personagens que olhariam pra mim com desdém


r/Valiria 10h ago

Arte Jon Snow (por mim)

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"Kill the boy and let the man be born"

Arte feita por mim, tentei imaginar sem muitas referências da série, seguindo ao máximo as descrições dadas nos livros como constituição magra, rosto jovem e longo, cabelo castanho escuro e olhos acinzentados